quinta-feira, 23 de junho de 2016

“Comércio e investimento no Brics estão abaixo do potencial”

“Comércio e investimento no Brics estão abaixo do potencial”

23 de junho de 2016 VERONIKA USSATCHEVA, GAZETA RUSSA
Presidente na Índia do Conselho Empresarial do Brics, Onkar Kanwar, fala sobre a 1ª Feira de Comércio do Brics, que reunirá empresários e ministros do grupo em Nova Déli.
Kanwar: “Jovens empresários irão interagir com investidores anjo e capitalistas de risco” Foto:Apollo Tyres 
Como surgiu a ideia e o tema da 1ª Feira de Comércio do Brics?
Onkar Kanwar: A primeira Feira e Exposição de Comércio do Brics será organizada em Nova Déli, entre os dias 12 e 14 de outubro de 2016, pouco antes da cúpula entre os líderes dos países-membros do grupo. Esta é uma grande iniciativa, proposta pelo  primeiro-ministro da Índia [Narendra Modi] no ano passado em seu discurso aos membros do Conselho Empresarial do Brics em Ufá, na Rússia.
Levando em conta os pilares do Brics em 2016, decidimos organizar a feira sob o tema “Construindo o Brics - Inovação para Colaboração”. Embora os fluxos de comércio e investimento entre os países-membros tenha aumentado, os níveis ainda estão muito abaixo do potencial. É para impulsionar o engajamento econômico entre os Brics e fomentar conexões entre os membros de nossa comunidade empresarial que estamos organizando a feira. Começando pela Índia, esperamos que isso se torne um mecanismo permanente para promover a cooperação econômica Brics no futuro.
Quais os principais setores para os Brics que estarão representados?
Com base nas discussões entre os membros do Conselho Empresarial do Brics e na orientação recebida de nossos respectivos governos, nós identificamos uma lista de cerca de 15 setores-chave que estarão em foco na Feira do Brics. Entre eles figuram os setores aeroespacial, de agroprocessamento, de componentes para automóveis e produtos químicos, energia verde e energias renováveis, saúde e produtos farmacêuticos, ferroviário, têxteis e vestuário, infraestrutura, informática e turismo.
E quanto às realizações econômicas já atingidas pelos membros?
A Feira de Comércio do Brics será uma plataforma para os nossos respectivos países e empresas de mostrar o melhor de suas tecnologias e avanços em termos de desenvolvimento industrial. Além de empresas consolidadas, startups e empreendedores dos Brics virão para nos mostrar suas ofertas.
A nossa ideia é ajudar os produtores de soluções tecnológicas de nossos países a compartilhar conhecimento e experiência em lidar com os desafios comuns do desenvolvimento enfrentados em áreas como saúde, educação, eficiência energética, gestão de resíduos, gestão urbana, e assim por diante.
A plataforma ajudará, então, a reunir jovens empreendedores e startups de todos os países do Brics?
Sim. Vamos fazer um grande esforço para que os nossos jovens empresários venham à feira. Eles terão a chance de interagir com os investidores anjo [profissionais experientes que usam recursos próprios para investir em negócios promissores idealizados por terceiros] e capitalistas de risco.
Haverá presença de outros representantes que não sejam do bloco?
As empresas de países do Brics vão participar e expor no evento, mas também estamos planejando convidar líderes empresariais dos países BIMSTEC (Bangladesh, Butão, Mianmar, Nepal, Sri Lanka e Tailândia) para que mantenham reuniões e discussões com os líderes empresariais do Brics e as empresas expostas na feira. Esta é uma nova dimensão e complementa os esforços de divulgação feitos por nossos respectivos governos para fortalecer a cooperação Sul-Sul.
Quais são as expectativas da participação russa? 
Estou muito satisfeito de ver o tipo de resposta que temos até agora de nossos parceiros na Rússia. Entendo que, depois de 2008, seja, talvez, a primeira vez que a Rússia terá um pavilhão do país em uma grande exposição internacional na Índia. Por isso, nossas expectativas são altas e também posso perceber muito entusiasmo entre as empresas russas.
Tivemos uma série de reuniões com empresas russas na Índia facilitadas pela Comissão Russa de Comércio, a quem somos muito gratos. A missão indiana e o nosso embaixador para a Rússia, Pankaj Saran, também estão nos ajudando com toda a sua experiência, e apoiando a divulgação nas províncias russas.
As empresas russas são mundialmente conhecidas por seus pontos fortes em manufatura avançada, ciência e tecnologia, e pesquisa de ponta. Entre os setores em que esperamos uma maior colaboração da Rússia estão o aeroespacial, de produtos químicos, alta tecnologia, mineração e metalúrgica.
Gostaríamos também que as regiões interioranas da Rússia nos apresentassem oportunidades de investimento para as empresas do Brics. Agricultura e agroprocessamento são, por exemplo, áreas de grande interesse para nós.
Há outros eventos planejados à margem da feira?
Além da Feira do Brics, estamos preparando o Fórum Empresarial do Brics, em 13 de outubro. Esta é uma conferência de um dia inteiro, que contará com a participação de mais de mil representantes de negócios de todos os países do Brics. Convidamos os ministros do Comércio e Indústria de todas as nações do grupo para interagir com os participantes e compartilhar sua visão de engajamento econômico.
Também solicitamos ao presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e sua equipe sênior que participem desse fórum e dividam com os demais como o setor privado pode dar suporte na promoção de projetos de desenvolvimento sustentável em todos os países-membros. Além disso, espero que os vários grupos de trabalho do Conselho Empresarial do Brics planejem, durante o evento, seminários e workshops próprios.
Em que sentido o evento cumpre os preceitos da Estratégia de Parceria Econômica do Brics, adotada em Ufá no ano passado?
A Feira de Comércio do Brics corresponde completamente à estratégia adotada em Ufá. Na verdade, ao decidir sobre quais setores seriam focados, seguimos a orientação do documento de estratégia, bem como as deliberações dos nossos ministros do Comércio e Indústria. Esperamos que, por meio dos diferentes programas, obtenhamos várias sugestões de como avançar e implementar o plano de ação contido na Estratégia de Parceria Econômica do Brics.

domingo, 12 de junho de 2016

Castelos na Rússia são atrações ignoradas pelos guias


Viagem pelos cantos escondidos do país revela reino encantando da arquitetura monumental; veja fotos.
Desça a página para ver mais
SHUTTERSTOCK/LEGION-MEDIA
​1. Palácio Vorontsovski, em Alupka: localizado aos pés do pico de Ai-Petri, o Palácio Vorontsovski é uma mistura interessante de arquitetura tradicional europeia, de estilo inglês, com motivos da Mauritânia e até árabes. Desde a sua construção, em 1848, até a revolução de 1917, o palácio serviu como residência de três gerações da família nobre Vorontsov.
SHUTTERSTOCK/LEGION-MEDIA
Seu interior é decorado com exuberância. Winston Churchill ficou hospedado ali durante a Conferência de Yalta em 1945. A melhor época do ano para uma visita é maio e junho, quando o Parque Renaissance italiano revela todas as cores de seus jardins floridos.
LORI/LEGION-MEDIA
2. Palácio Dulber, em Yalta: o grão-duque Piotr Nikolaevitch, o tio de Nikolai II (o último imperador russo), mantinha tanto fascínio pela arquitetura do Oriente Médio e do noroeste da África que ordenou a construção de um palácio projetado com base nos desenhos que feitos durante suas viagens a essas regiões. Hoje, Dulber abriga um dos spas de classe alta de Yalta. Este castelo, que mais parece saído dos contos de fadas, é facilmente acessível por turistas: basta tomar um ônibus na marginal de Yalta rumo ao hospital local, e agendar uma visita guiada.
LORI/LEGION-MEDIA
3. Palácio Massandra, na Crimeia: com aparência semelhante ao cenário de “Cinderella”, o Palácio Massandra combina épocas e estilos distintos: arquitetos de vários períodos e origens estiveram envolvidos na construção do palácio, embora todos tenham falhado em concluir os seus projetos. Os dignitários do Estado também tentaram ocupá-lo de diferentes maneiras: o tsar Aleksandr 3º queria usá-lo como um alojamento de caça, enquanto o líder soviético Iossef Stálin transformou o marco arquitetônico em uma datcha (casa de campo) estatal. O palácio está localizado a 5 km a partir do ponto de ônibus Verkhniaia Massandra, em Yalta. De lá pode-se tomar um micro-ônibus ou um trólebus.
MIRKRASIV.RU
4. Escola Obiknovennoe Tchudo (Milagre Comum), em Iochkar-Ola: uma escola comum em Iochkar-Ola se transformou em um castelo encantado devido aos esforços do empresário local Serguêi Mamaiev, que quis tornar o sonho de sua esposa realidade: como professora, ela queria trabalhar em uma escola que as crianças gostassem de ir. De 1998 a 2001, uma equipe de construção ergueu um castelo para pequenos príncipes e princesas, com piscina, ginásio bem equipado e até mesmo um centro de adestramento – tudo conforme as melhores tradições da cavalaria.
LORI/LEGION-MEDIA
5. Castelo Kiritsi, na região de Riazan: este castelo, localizado a 50 km de Riazan, é uma criação do arquiteto russo Fiódor Schetchtel. A mansão de conto de fadas fez o jovem arquiteto ficar famoso, mas, ao mesmo tempo, levou à falência o seu proprietário, o conde russo von Derviz, na década de 1910. Hoje, o Castelo Kiritsi abriga um hospital para crianças que sofrem de tuberculose óssea. O espaço já não está mais aberto ao público; se estiver na região, prepare-se para apreciá-lo de fora.
LORI/LEGION-MEDIA
6. Castelo Garibaldi na região de Samara: das margens do Reservatório Kuibichev, na cidade de Khriachtchevka, desponta o Castelo Garibaldi, um complexo turístico em fase de construção. Os turistas poderão passar uma noite nos aposentos reais a partir de 2018. No entanto, é possível visitar o castelo apenas para uma sessão de fotos medieval, enquanto os construtores finalizam o interior do palácio. Se você gosta de esportes, ali também é local para aproveitar as correntes de ventos e praticar windsurfe, na própria região há lojas e estações que fornecem todo o equipamento necessário.
LORI/LEGION-MEDIA
7. Fábrica Elektrozavod em Moscou: este castelo no vale do rio Iauza foi construído sem qualquer propósito fantasioso. Na década de 1930, a instalação era usada como como fábrica da lâmpadas, embora hoje seja ocupada por escritórios, cafés, estúdios de fotografia. Os salões industriais deste castelo neogótico são tão espaçosos que daria até para andar de bicicleta por eles. Apesar de ser simples e isento das altas torres e janelas decorativas que foram incluídas no projeto original do arquiteto Gueôrgui Ievlanov, sua arquitetura se destaca em meio a outros marcos neogóticos da capital.