domingo, 20 de agosto de 2017

Quatro grandes atrações de uma cidadezinha dos Urais

Quatro grandes atrações de uma cidadezinha dos Urais

Capital russa do sal, Solikamsk oferece banho terapêutico, museu e arquitetura.
Local de produção de sal nos arredores de Solikamsk (Foto: Oleg Vorobiov)Local de produção de sal nos arredores de Solikamsk (Foto: Oleg Vorobiov)
Ao se aproximar de Solikamsk, a primeira coisa que chama a atenção são os enormes montes de sal. Não é à toa que a cidade, situada a 200 quilômetros ao norte de Perm e a 1.600 quilômetros a leste de Moscou, é conhecida como a capital russa do sal.
Solikamsk (“sal do rio Kama”, em tradução literal) foi fundada em 1430, quando a família de comerciantes Kalinnikov começou a desenvolver salinas na região.
Até hoje, a economia local depende fortemente da extração de minerais. A cidade pode não ser a maior nos Urais, mas quem a visita costuma ficar surpreso com o que esse pontinho no mapa tem a oferecer.
1. Banho em ‘poço de sal’
(Foto: Oleg Vorobiov)(Foto: Oleg Vorobiov)
Solikamsk está localizada às margens do rio Usolka (afluente do Kama), nome cuja origem remonta às fontes de água salgada que fluem rumo ao rio. O emblema local é  representado por um poço de sal – onde, para surpresa geral, é possível se banhar.
O poço de sal Ludmilinskaya, perto do centro da cidade, foi perfurado entre 1906 e 1907 e tem 100 metros de profundidade. Na época, Solikamsk se esforçava para vender o mineral; mas os trabalhadores usavam métodos de evaporação antigos e pouco eficazes. Foi então que os industrialistas decidiram perfurar um poço de exploração para examinar as camadas de sal na área.
O poço de Ludmilinskaya não era adequado para a produção de sal comestível, mas continha potássio. Em 1925, um professor de Perm chamado Pável Preobrajenski descobriu o maior depósito mundial de sal de potássio perto desse poço, que opera até hoje. Os moradores acreditam que nadar nele traz benefícios para a saúde.
2. O único museu de salinas do mundo
(Foto: Oleg Vorobiov)(Foto: Oleg Vorobiov)
Há 150 anos, quando os russos começaram a salicultura na região, a água salgada (salmoura) era sugada do solo antes de ser enviada para tanques de armazenamento e depois para os locais de produção de sal. Para explicar em detalhes as etapas desse processo e outras curiosidades, foi aberto na cidade o Museu da História do Sal.
O museu ocupa a área onde funcionou a salina Ust-Borovaya de 1882 a 1972.
(Foto: Oleg Vorobiov)(Foto: Oleg Vorobiov)
“Claro que não havia janelas nas minas”, diz a vice-diretora do museu Ludmila Dolia. “Havia uma fumaça tão espessa que não dava pra ver um palmo à frente”, continua.
A salina usava a tecnologia tradicional de evaporação, e, em meados do século 20, era a única na Rússia que ainda aplicava esse método. Em 1º de janeiro de 1972, a Ust-Borovaya fechou as portas e, eventualmente, foi convertida em museu.
3. Jardim botânico com plantas raras
Jardim botânico de Solikamsk (Foto: Oleg Vorobiov)Jardim botânico de Solikamsk (Foto: Oleg Vorobiov)
No início do século 18, um produtor local chamado Grigôri Demidov criou o primeiro jardim botânico particular de Solikamsk.
Demidov coletou plantas de diversas partes do mundo e começou a cultivá-las. Ele se correspondia e trocava sementes com vários outros botânicos da época, incluindo Carl Linnaeus, e reuniu uma coleção única de plantas. Algumas mudas exóticas para a região, como de café, cactos, banana, limão e abacaxi, floresceram no norte da Rússia.
Após a morte de Demidov, o jardim botânico entrou em decadência e não foi restaurado até 1994. Hoje em dia, porém, ostenta milhares de flores e árvores raras.
4. Construções do século 17
Catedral da Trindade em Solikamsk (Foto: Anna Sorokina)Catedral da Trindade em Solikamsk (Foto: Anna Sorokina)
Solikamsk tem muitas igrejas e monumentos religiosos dos séculos 17 ao 19.
A vista da cidade impressiona; por isso, vale a pena escalar o campanário de 60 metros de altura na Praça do Mercado e contemplar a Catedral da Trindade, que fica bem ao lado. Não muito longe dali está situada a pitoresca Igreja da Epifania, com suas telhas de cerâmica coloridas.
Residência do governador (segundo edifício à esq.) (Foto: Anna Sorokina)Residência do governador (segundo edifício à esq.) (Foto: Anna Sorokina)
Perto da torre encontra-se ainda a casa do governador, que data do século 17. Trata-se da mais antiga construção de pedra sobrevivente nos Urais.
https://gazetarussa.com.br/arte/viagem/2017/08/20/quatro-grandes-atracoes-de-uma-cidadezinha-dos-urais_814422

segunda-feira, 6 de março de 2017

Principais atrações locais, ursos e vulcões despertam admiração e medo.

Rússia: A perigosa beleza de Kamtchatka

.

kamchatka_volcano

Principais atrações locais, ursos e vulcões despertam admiração e medo.


Desça a página para ver mais
ANTON AGARKOV
Kamtchatka tem duas grandes atrações e ambas são potencialmente perigosas.
ANTON AGARKOV
Uma delas são os ursos que habitam a região. Nesta foto, ursos jovens caçam peixes no rio Khakitsin, que deságua no lago Kurile. Poucos minutos antes desse clique, um deles havia capturado seu primeiro salmão vermelho, no entanto, atrapalhou-se todo tentando abordar o enorme peixe e eventualmente deixou o animal cair de volta na água. Mais esperto, um de seus irmãos não deixou, porém, que o peixe escapasse. Mesmo assim, parece agora dizer: “O que eu fiz? E que faço agora?”.
ANTON AGARKOV
Amor Selvagem? Ao contrário do que possa parecer, esses ursos não estão brigando, mas sim namorando no lago Kurile, com o vulcão Ilyinsky como cenário ao fundo.
ANTON AGARKOV
Ursa conduz seus filhotes ao longo da margem do lago Kurile ao amanhecer.
ANTON AGARKOV
Em Kamtchatka há sempre algum ponto em erupção. Mas todas as ocorrências ao longo dos últimos três anos não são nem de perto comparáveis à erupção do vulcão Plosky Tolbachik nos anos de 2012 e 2013. Nesta foto, é possível ver o material geológico em fusão iluminando a paisagem noturna da encosta sul do vulcão.
ANTON AGARKOV
A lava expelida durante tal erupção destruiu 2 instalações usadas por vulcanologistas. Por sorte, ninguém se machucou na época. Como a fase ativa da erupção ocorreu no período de inverno, também não gerou incêndios florestais em grande escala.
ANTON AGARKOV
Durante um longo período, a erupção foi a grande atração turística da região. Muitos sobrevoavam o local de helicóptero, mas quase ninguém se atrevia a desembarcar na montanha e acampar no local. Os poucos corajosos que o fizeram foram capazes de capturar imagens verdadeiramente impressionantes.
ANTON AGARKOV
O lago Kurile, por sua vez, é um ecossistema único que fornece aos fotógrafos uma oportunidade de registrar ursos em seu habitat natural a uma distância segura, embora curta. Este banho, por exemplo, foi clicado a apenas cinco metros dos ursos.
ANTON AGARKOV
Sol se eleva acima dos vulcões Plosky e Ostry Tolbachik. Este último é bastante pitoresco, porém extinto. Já seu vizinho, embora pareça apenas um ombro do Ostry, é totalmente independente e, como já citamos, ainda continua ativo.
ANTON AGARKOV
Outro vulcão ativo na região é o Klyuchevskaya Sopka, o mais alto da Eurásia. Aliás, este vulcão é tão ativo que está em erupção enquanto você lê esta frase.
http://gazetarussa.com.br/arte/viagem/2016/10/16/a-perigosa-beleza-de-kamtchatka_636045


São Petersburgo aos olhos de um gigante

São Petersburgo aos olhos de um gigante

.

são6

Fotos do alto de prédios de São Pete mostram todo seu esplendor e beleza.

Roofs St. Petersburg
Desça a página para ver mais
ANDREI OREKHOV
Explorar São Petersburgo do alto de prédios pode ser uma experiência maravilhosa – e diferente de outras cidades.
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
Isso porque a vista do alto da antiga capital russa é esplêndida!
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
Arranha-céus são proibidos na cidade, então nunca haverá algo tapando sua visão.
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
Como chegar ao telhado almejado? É preciso ser esperto e persistente!
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
E, se você não tiver amigos para abrirem as portas, poderá sempre visitar edifícios públicos com telhados abertos.
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
Claro que você não irá se contentar com o gostinho dessas vistas maravilhosas que a Gazeta Russa traz.
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
E, aproveitando a queda do rublo, vai correr para buscar uma passagem para o próximo verão.
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
Mas, por favor, tenha cuidado se conseguir subir nesses prédios! Se não, seremos obrigados a colocar um disclaimer: “Crianças, não tentem isso!”
Russian roofers
ANDREI OREKHOV
E, vamos facilitar as coisas? Existem agências de turismos que têm excursões pelos telhados de São Pete.
Russian roofers
ANDREI OREKHOV
Afinal, de acordo com a lei russa, subir em telhados não é proibido. Mas pode haver moradores que não gostem de te ver espiando suas janelas de perto.
Russian roofers
ANDREI OREKHOV
Então, concentre-se na sua própria segurança.
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
Os guias te mostrarão a vista que um gigante teria de São Petersburgo: outros telhados, rios, canais, igrejas, edifícios históricos…
Roofs St. Petersburg
ANDREI OREKHOV
http://www.patrialatina.com.br/sao-petersburgo-aos-olhos-de-um-gigante/

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Índia muito além da Karma-Cola

A Índia muito além da Karma-Cola

170126-India2
A religião é onipresente e pode ser empacotada para ocidentais. Mas o país me pega pelo carnal. Cores, cheiros, comidas, tons de pele. Caos harmônico, balé da muvuca
Relato de viagem de Maria Bitarello
Entregar-se para vencer” é o título de uma crônica que escrevi há quase 5 anos. A frase não é minha. Tirei-a do livro Shantaram, de Gregory David Roberts, que lia na época. Foi pouco antes de ir à Índia pela primeira vez. Três viagens depois, lembrei-me dessa crônica. Porque a resistência vem me parecendo uma força inútil e, lá, entregar-se é um ato de sobrevivência. A cada vez que volto ao país, essa frase ganha mais corpo e se transforma numa espécie de fé.
Não vou aqui ficar fazendo pregações sobre a cultura espiritual indiana. Sim, a espiritualidade está por toda parte, sagrado e profano tudo junto e misturado, e isso é maravilhoso em muitos momentos, mas o karma-cola não é meu forte. Essa expressão aprendi por lá. É o produto nacional vendido na Índia à classe média e alta do Ocidente que vai pro Oriente em busca de cura, sentido pra vida, respostas, uma pílula da felicidade em forma de guru, etc. A coca-cola do karma. Como o gringo que vem pro Brasil e quer virar mestre de capoeira, craque de futebol ou passista da Mangueira. Oferta e procura. Nesse caso, de um clichê, que costuma ser a primeira coisa a saltar aos olhos do viajante. Se é isso que você busca, vai aparecer alguém vendendo. Pelo preço que for.
E, de fato, o karma-cola não é uma mentira. É só olhar pro lado em qualquer viela de Mumbai, de Delhi, de Varanasi. Nas portas das casas. As imagens sagradas, as swastikas, as tikkas nas testas; elas estão por toda parte. Assim como as mesquitas, os templos sikhs, hindus, jainistas, os nomes de grande parte da população: Durga, Puja, Siddharth, Mohammed, Krishna, Pema, Kala, Vishnu. O que fazem é embalar tudo isso pra presente do jeito que nós, ocidentais, gostamos de comprar e customizar ao gosto do cliente pra, obviamente, faturar em cima. Assim como no Rio leva-se os turistas pra passear de jipe nas favelas – aliás, lá também. Todo mundo tentando ganhar dinheiro de algum jeito. Vendendo sonhos.
A Índia me pega mesmo pelo dia-a-dia; uma correnteza humana de 1,2 bilhão de pessoas convivendo. Pra experimentar o que eu acho que aquela terra oferece de melhor, não precisa seguir guru nem comprar roupa colorida, incenso ou tapete de yoga. É só ir ao mercado. São tantos estímulos. O caos. O trânsito. As negociações. A impossibilidade de uma resposta direta. Os convites pra tomar chá. A quantidade de gente. As roupas; nossa, as roupas! As cores. Os cheiros. As comidas. As frituras. Os condimentos. As buzinas incessantes. Animais. Mercados. Crianças. As balançadas de cabeça. Os diferentes tons de pele. Os piercings no nariz. Os anéis nos dedos dos pés. As marcações coloridas na testa, entre os olhos, mas também na altura da linha do cabelo. As tornozeleiras. Os saris. As kurtas. Gente, gente, gente pra todo lado. As vacas, bicicletas, ônibus, carros, caminhões, tuk-tuks e pedestres, todos juntos na rua, num caos harmônico, num balé da muvuca, tudo confuso, mas surpreendentemente calmo. Considerando o número de pessoas todas juntas, a qualquer momento, em qualquer lugar de uma cidade, a coreografia dos movimentos e o número reduzido de acidentes e desentendimentos entre motoristas, ambulantes e cachorros é de uma organicidade que nós, aqui no Brasil, estamos perdendo.
TEXTO-MEIO
Porque a gente passou a achar muito chique ser como aos americanos, que por sua vez são filhotes europeus. Mas se pensarmos bem, na verdade verdadeira mesmo, a maioria absoluta da população mundial (inclusive no Brasil) vive em alguma variação aproximada do que se vive na Índia. Somos bichos parecidos. Menos formais; mais passionais: seja você rico ou pobre. E o que nos aproxima, penso eu, é uma forma de amor dedicada às ações do cotidiano. Ainda não viramos robôs, nos enxergamos. E a meus olhos, existe mais sabedoria nessa acomodação e rearranjo permanente dos desejos ordenada pelos afetos que na imposição de linhas duras e inflexíveis em torno das quais uma sociedade mais cartesiana se organiza.
Não precisa nem ir à Índia pra se lembrar disso. Temos essa sabedoria atávica em nós. É só sair da bolha. Desligar a Globo. Confiar na multidão. Soltar o corpo na correnteza. Cultuar a festa, a nossa versão local do karma-cola. Aproveite que o carnaval vem vindo.
http://outraspalavras.net/destaques/a-india-muito-alem-da-karma-cola/

terça-feira, 15 de novembro de 2016

África do Sul, o paraíso do vinho na África

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

São Petersburgo espera até 5.000 brasileiros durante Copa de 2018

São Petersburgo espera até 5.000 brasileiros durante Copa de 2018

23 de agosto de 2016 ITAR-TASS
Interesse por futebol deve atrair visitantes do Brasil, prevê comitê de turismo da segunda maior cidade russa. Fluxo de latino-americanos registra aumento pelo segundo ano.
Com 11 cidades-sede, campeonato será disputado entre 14 de junho e 15 de julho de 2018 Foto:TASS
São Petersburgo prevê a chegada de até 5.000 torcedores brasileiros durante a Copa do Mundo de 2018. A cidade será uma das onze sedes do torneio na Rússia.
A estimativa foi anunciada em reunião do presidente do comitê para o turismo de São Petersburgo, Andrêi Muchkarev, com operadores turísticos e jornalistas do Brasil.
Segundo fontes internas, a delegação brasileira elogiou a infraestrutura de transporte da cidade, assim como o ambiente acolhedor e a simpatia dos locais.
“Os blogueiros e os operadores turísticos brasileiros também disseram que apreciaram muito a culinária russa, especialmente borsch [sopa de beterraba], pelmêni [espécie de ‘cappelletti’ russo], golubtsi (charutinho de repolho recheado) e vodca”, divulgou em nota a assessoria de imprensa do comitê.
Embora o Brasil ainda não figure entre os principais turistas estrangeiros em São Petersburgo, o comitê espera que o interesse por futebol possa impulsionar o turismo brasileiro à segunda maior cidade da Rússia.
Na atual temporada de verão russo, a cidade recebeu, pela primeira vez, um fluxo maior de turistas provenientes de Chile, Peru e Venezuela. O aumento de turistas da América do Sul é uma tendência já registrada pelo segundo ano consecutivo. “Os dados exatos serão consolidados no final da temporada”, disse o comitê.
Com material da agência de notícias Tass